quinta-feira, 24 de maio de 2012

Comentando as "Meditações" de Marco Aurélio - IV




"VIII - Ninguém é infeliz por não haver sondado o que se passa na alma alheia. Todavia, quem não vela sobre os movimentos de sua própria alma é forçosamente infeliz." (Marco Aurélio, Meditações, São Paulo: Editora Martin Claret, 2002) _ Não nos tornamos infelizes pelo fato de não bisbilhotarmos, esmiuçarmos e desvendarmos a alma dos outros. Proceder dessa maneira é justo e até louvável. O que porém não é nada digno de louvor é despreocuparmo-nos inteiramente do cuidado que a nossa alma exige. Não prestar atenção no fluir da alma alheia não nos prejudica, mas inevitavelmente estaremos nos prejudicando se cerramos nossos ouvidos aos nossos íntimos reclames constantes. Como poderemos ser feliz se não dirigimos nossa alma, se não dispensamo-lhes nossa atenção em conhecer seus desejos e interesses? Devemos ter sempre em mente essas questões: "De que tipo é minha alma? De onde se originam seus interesses? A que coisas ela se liga? O que ela mais procura e qual a razão para isso? Possui ela as noções do certo e do errado? Do justo e do injusto? Ama ela o gênero humano?" Ao pararmos para refletir  sobre essas questões, estaremos desenvolvendo o necessário, vital e fundamental conhecimento de nós mesmos. 

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