sexta-feira, 18 de maio de 2012

Comentando as "Meditações" de Marco Aurélio - III



"VI _ Humilha-te, humilha-te, minh'alma! Para exaltar-te, tempo já não te sobra. A vida é curta para todos. A tua está quase ao fim, e tu não te respeitaste, já que nas almas dos outros puseste a tua felicidade." (Marco Aurélio, Meditações, Livro Segundo, São Paulo: Editora Martin Claret, 2002).


"VII _ Sacodem-te de um lado para outro os acidentes exteriores. Garanta um pouco de lazer para meditar sobre alguma boa verdade, e foge ao rebuliço. De outra agitação deves preservar-te: A dos insensatos que, durante toda a vida, se esgotam em infrutíferos movimentos, incapazes de dirigir suas tendências e seus pensamentos." (Marco Aurélio, Meditações, Livro Segundo, São Paulo: Editora Martin Claret, 2002).



"Humilha-te, humilha-te, minh'alma! Para exaltar-te, tempo já não te sobra. A vida é curta para todos." _ O tempo passa rápido e desperdiçamos com o seu passar as oportunidades da evolução. Passamos grande parte do tempo superestimando nossos conhecimentos e capacidades. Colocamo-nos em verdadeiros pedestais baseados em Ilusões de nossa mente. Quanto maior for a altura do pedestal, maior será a queda na dura realidade dos fatos: Estamos todos juntos trilhando a mesma jornada, com diferentes caminhos, rumo ao progresso de nós mesmos. Para quê, então, se gabar disso ou daquilo? A verdadeira superioridade não sente a necessidade de reconhecimento alheio. Procuremos, pois, adotar uma postura humilde, simples, sem floreios, sem falsa modéstia, sincera, em todas as questões de nossa existência. 


"A tua está quase ao fim, e tu não te respeitaste, já que nas almas dos outros puseste a tua felicidade." _ Não sabemos em qual data, local e hora deixaremos essa vida. Porém, sabemos que mais cedo ou mais tarde a deixaremos. Por qual razão, então, depositaremos aquilo que mais desejamos e consideramos coisa preciosa, a saber, nossa própria felicidade, nas mãos das outras pessoas? Quando iremos apreender a construir a base forte de nosso bem estar físico, emocional e mental em nós mesmos? Não sejamos, portanto, como crianças, que sentem-se felizes somente quando ganham de seus pais os seus desejados brinquedos, ou quando a deixam brincar no parque. Tudo isto é exterior à própria criança e não depende dela. E se ela não ganha o que quer, então, chora, grita e se revolta com o mundo, com Deus e com todos ao seu redor. Sejamos, pois, adultos de verdade. Deixemos as coisas e as atitudes da infância de uma vez por todas. Tenhamos a coragem e a força de alma suficiente para buscar aquilo que depende somente de nós. Dessa maneira, não depositaremos nossa felicidade, exclusivamente, nos cuidados e na atenção de alguém. Antes de mais nada, cuidaremos e colocaremos nossa atenção em nós mesmos. Seremos nossos melhores amigos, trabalharemos ao nosso favor, somente dessa forma começaremos a dar uma base sólida para a nossa felicidade.

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